Em memória de

Ana Clara Takeshiro

27/03/2011
14/08/2016

Nossa pequena fadinha, nossa estrelinha, para sempre em nossos corações.

História
Memórias
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Ana Clara Takeshiro

Nós nunca imaginamos que teríamos que contar essa história. Sempre achamos que os pais deveriam partir antes dos filhos, mas a vida, por vezes, tem planos diferentes. Nossa filha, Ana Clara, nos deixou cedo demais, aos seis anos, após uma batalha intensa contra a leucemia. Mas queremos que o mundo conheça a menina encantadora que ela foi, porque sua luz jamais se apagará. Desde muito pequena, Ana Clara iluminava qualquer ambiente. Seus olhos eram grandes, cheios de curiosidade, e seu sorriso era um convite à felicidade. Ela adorava ouvir histórias antes de dormir, e sempre pedia para que contássemos "só mais uma". Seu amor por animais era imenso; ela sonhava em ser veterinária e dizia que cuidaria de todos os bichinhos do mundo. Nosso pesadelo começou quando Ana Clara tinha apenas quatro anos. Ela começou a ficar muito cansada, reclamava de dores no corpinho, e pequenos hematomas surgiam sem explicação. A princípio, achamos que era apenas cansaço ou alguma virose passageira. Mas os exames revelaram o pior: leucemia. O chão sumiu sob nossos pés. Foram dois anos de luta. Dois anos de hospitais, quimioterapia, medicações pesadas e um cansaço que nenhuma criança deveria sentir. Mas, mesmo nos dias mais difíceis, Ana Clara nos ensinava sobre força e esperança. Quando perdeu os cabelos pela primeira vez, olhou no espelho, deu um sorrisinho e disse: "Agora pareço uma fadinha!". E era exatamente isso: uma pequena fada, espalhando magia por onde passava. Nos corredores do hospital, ela fazia amizade com todos. Levava desenhos para os outros pacientes, cantava musiquinhas para os médicos e enfermeiros e, quando podia, decorava seu quarto com seus bichinhos de pelúcia favoritos. Dizia que, assim, o hospital parecia menos assustador. O que ela não sabia é que era sua presença que tornava tudo mais leve para todos ao seu redor. No último mês, seu corpinho já estava muito fraco, mas seu espírito continuava forte. Um dia, segurou nossas mãos e disse: "Se eu tiver que ir para o céu, eu vou virar uma estrelinha bem brilhante para vocês nunca ficarem no escuro." Naquela noite, nos abraçamos com força e pedimos a Deus que nos desse mais tempo, mas sabíamos que a despedida estava próxima. Ana Clara partiu nos nossos braços, tranquila, cercada de amor. O silêncio que ficou foi ensurdecedor. A dor é imensa, mas nos conforta saber que ela não sofre mais. E, todas as noites, quando olhamos para o céu, há sempre uma estrela brilhando mais forte. Sabemos que é ela. Queremos que todos conheçam Ana Clara, não pela doença que a levou, mas pela alegria que deixou. Pelo amor que espalhou. Pela luz que nunca se apagará. Nossa pequena fadinha, nossa estrelinha, para sempre em nossos corações.

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