Em memória de
Ana Claudia Borges
“Nosso Amor Ficou Preso Naquele Último Clique”
“Nosso Amor Ficou Preso Naquele Último Clique”
Às vezes, eu ainda escuto a voz dela chamando meu nome, leve como o vento que soprava naquela montanha, naquela última foto em que o sorriso dela iluminava tudo. A gente tinha viajado para comemorar nosso primeiro ano de casados. Era pra ser só alegria, só nós dois, como sempre sonhamos. Mas bastou um instante, um passo errado e minha vida mudou para sempre. Eu lembro de segurar a mão dela no caminho, de ouvir ela cantar baixinho “Foi Deus”, a música que ela mais amava. Engraçado como, agora, cada verso dessa canção parece contar a nossa história… uma história bonita, mas interrompida cedo demais. Desde aquele dia, eu não consegui mais me abrir pra ninguém. Não é por falta de tentativas dos outros, é porque meu coração ficou preso naquela promessa que fizemos rindo, abraçados no quarto do hotel, sem imaginar o que viria: “Se um dia um de nós partir primeiro… o outro não precisa ter ninguém. O amor já vai ter sido suficiente.” E eu sei, muita gente diz que promessa feita no calor do amor não deveria ser levada ao pé da letra. Mas é que eu olho para aquelas fotos na montanha, e sinto que a única forma de honrar o que vivemos é permanecer do jeito que estou: fiel ao que fomos. Não passo um dia sem lembrar do jeito que ela segurava meu rosto e dizia que Deus tinha colocado um na vida do outro por algum motivo. E talvez esse motivo agora seja ensinar que o amor verdadeiro não acaba com a despedida. Ele fica. Ele dói. Ele transforma. Ele marca. Ela se foi, mas continua aqui. No silêncio da casa. Nas roupas que ainda têm o cheiro dela. No meu coração que, mesmo quebrado, agradece por ter vivido um amor tão grande, ainda que tenha durado tão pouco.
Nenhuma mídia disponível.