Em memória de

Firmino Andrade

27/07/1941
15/11/2022
História
Memórias
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Firmino Andrade

Firmino Andrade viveu 81 anos de uma vida simples e feliz. Desde menino, descobriu o encanto da madeira. Cresceu em um vilarejo pequeno, onde seu pai, um carpinteiro habilidoso, lhe ensinou os segredos do ofício. Com o tempo, Firmino desenvolveu seu próprio talento, transformando tábuas rústicas em móveis e brinquedos que encantavam a todos.

Ainda jovem, conheceu Neuza, moça de sorriso doce e coração generoso. Casaram-se cedo e, juntos, construíram uma vida pautada na cumplicidade e no respeito. Neuza, sempre cuidadosa, preparava os melhores cafés da manhã, enquanto Firmino passava os dias no pequeno galpão ao lado da casa, esculpindo e serrando madeira com paciência e dedicação.

Além da madeira, Firmino tinha outra paixão: caminhões. Gostava de observar os grandes veículos passando pela estrada de terra, imaginando histórias sobre suas jornadas. Nunca teve um caminhão próprio, mas sabia reconhecer cada modelo apenas pelo ronco do motor. Quando algum amigo passava de caminhão pela cidade, Firmino logo arranjava um jeito de conseguir uma carona, mesmo que fosse apenas até o próximo vilarejo.

A vida de Firmino e Neuza foi simples, mas cheia de significado. Criaram três filhos com muito amor e valores sólidos. Ele sempre dizia que a felicidade morava nas coisas pequenas: o cheiro da madeira recém-cortada, a risada dos netos correndo pelo quintal e o brilho nos olhos de Neuza ao ver a família reunida.

O tempo passou, e Firmino continuou sorrindo, mesmo quando as mãos já não tinham a mesma força de antes. Sentava-se na varanda ao entardecer, admirando a estrada e contando histórias de sua juventude. Quando partiu, aos 81 anos, deixou um legado de trabalho, simplicidade e amor. No galpão, suas ferramentas permaneceram como lembrança de um homem que viveu bem, à sua maneira, esculpindo não só a madeira, mas também uma história inesquecível

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